Dragão Azul: Espécie Rara de Lesma-do-Mar é Encontrada Morta no Litoral de São Paulo

O que é o Dragão Azul?

O dragão azul, cientificamente conhecido como Glaucus atlanticus, é uma lesma-do-mar rara e pelágica, famosa por suas cores vibrantes e aparência exótica. Embora pequeno — medindo cerca de 3 cm —, esse molusco chama atenção por seu visual semelhante a um "dragão" e por um comportamento incomum: ele “pega emprestado” o veneno de suas presas para se defender e caçar.

Encontro Raro em Peruíbe, SP

No dia 6 de abril de 2025, um exemplar do dragão azul foi encontrado morto em uma praia de Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. A descoberta foi feita pela bióloga Gemany Caetano, com orientação do Prof. Dr. Luiz Ricardo Lopes de Simone, do Museu de Zoologia da USP.

Segundo a especialista, o Glaucus atlanticus aparece em praias quando correntes marítimas e ventos sopram em direção à costa. Por viver no mar aberto, o animal não possui adaptação para se locomover em terra. Assim, ao ser arrastado até a areia, sofre com a desidratação causada pelo sol e vento, o que leva à sua morte.

Características Incríveis do Glaucus Atlanticus

Aparência e Comportamento

• Cores vivas: barriga azul brilhante voltada para cima, e dorso cinza-prateado voltado para baixo — uma camuflagem contra predadores aéreos e submarinos.

• Predador venenoso: alimenta-se de animais como a caravela-portuguesa. Ao digerir a presa, armazena células urticantes em seus tentáculos, chamadas de cerata, aumentando seu poder de ferroada.

• Picada poderosa: sua toxina pode paralisar presas até 300 vezes maiores que ele.

Reprodução

Os dragões azuis são hermafroditas, mas precisam de um parceiro para se reproduzirem. Quando se encontram, tomam cuidado devido ao risco de picadas mútuas. Cada um pode colocar cerca de 20 ovos por vez, geralmente presos a materiais flutuantes como carcaças de presas ou pedaços de madeira.

Importância Ecológica e Preservação

De acordo com a bióloga Gemany Caetano, o dragão azul, além de fascinante, desempenha um papel essencial no equilíbrio ecológico marinho. Ela reforça a importância de preservar essa e outras espécies raras para que futuras gerações possam conhecê-las.

O Glaucus atlanticus é encontrado em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos, e quando muitos indivíduos se reúnem, o fenômeno é chamado de “frota azul”.

Cuidados ao Encontrar um Dragão Azul

Mesmo mortos, os dragões azuis ainda podem causar picadas dolorosas, portanto, é essencial evitar tocá-los com as mãos desprotegidas. Se avistar um na praia, aprecie com cautela e, se possível, informe autoridades ambientais para registro.

Conclusão

O avistamento do dragão azul em Peruíbe nos lembra da riqueza e fragilidade da biodiversidade marinha. Preservar espécies como o Glaucus atlanticus é fundamental para manter o equilíbrio do ecossistema e garantir que esse verdadeiro tesouro azul continue a encantar o mundo.